Corpo Discente - Egressos

Josione Rêgo Ferreira
TítuloValidação de protocolo de estudo eletromiográfico intraoperatório para identificação das raízes espinhais na rizotomia dorsal seletiva lombar de pacientes com paralisia cerebral espástica
Data da Defesa29/09/2020
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Banca

ExaminadorInstituiçãoAprovadoTipo
Prof.ª Dr.ª Sandra Marina Gonçalves BezerraUniversidade Estadual do PiauíSimTitular
Prof. Dr. Antônio Luiz Martins Maia FilhoUniversidade Estadual do PiauíSimPresidente
Prof. Dr. Leonardo Halley Carvalho PimentelUniversidade Estadual do PiauíSimTitular
Prof. Dr. Reginaldo da Silva SantosUniversidade Estadual do PiauíSimSuplente
Palavras-ChavesParalisia cerebral. Espasticidade. Rizotomia dorsal seletiva. Monitorização neurofisiológica.
ResumoGrande número de publicações científicas defendem o uso da rizotomia dorsal seletiva (RDS) para tratamento da espasticidade de crianças com paralisia cerebral (PC). No entanto, existem opiniões divergentes sobre muitos aspectos deste tratamento, como: seu uso em crianças com PC grave; a adoção de técnica cirúrgica com laminectomia extensa ou com acesso cirúrgico no cone medular; e a utilidade do estudo eletromiográfico intra-operatório para a identificação das raízes espinhais. Neste trabalho, são discutidos os parâmetros neurofisiológicos adotados para a identificação das raízes espinhais expostas na cauda equina de 59 crianças com PC grave, submetidas a RDS lombar com acesso cirúrgico no cone medular, e apresentados os resultados funcionais alcançados com a cirurgia. No período de 5 anos, 97 crianças com diagnóstico de PC foram submetidas a RDS lombar. Destas, foram incluídas para estudo 59 crianças com PC grave, com idade entre 3 e 9 anos, submetidas a RDS lombar com acesso cirúrgico no cone medular, e com auxílio de estudo eletromiográfico intra-operatório. Os pacientes foram acompanhados por equipe multidisciplinar e realizaram reabilitação física intensiva após a cirurgia. Os resultados funcionais foram medidos pelas escalas de Ashworth modificado e GMFM-88 após 10 meses da realização da cirurgia. Observou-se que os parâmetros neurofisiológicos relacionados a intensidade de estímulo da raiz espinhal, seja ventral ou dorsal, são capazes de diferenciar raízes ventrais, ou motoras, de raízes dorsais, ou sensitivas, sem capacidade discriminatória sobre o nível segmentar de cada raiz espinhal; enquanto o tempo de latência da raiz dorsal, ou sensitiva, apresentou valores específicos somente para algumas raízes dorsais de alguns grupos etários. Desse modo, preferiu-se utilizar diversos parâmetros neurofisiológicos em associação, para aumentar a confiança na etapa de identificação de raízes espinhais do estudo eletromiográfico intra-operatório. Na avaliação funcional, observou-se que o relaxamento muscular documentado nos membros inferiores pela escala de Ashworth modificado, resultou em melhora funcional significativa nas dimensões A e B da escala GMFM-88, que estão associadas as funções motoras grossas do tronco, como: deitar, rolar e sentar. A associação de parâmetros neurofisiológicos permitiu a identificação segura das raízes espinhais durante o estudo eletromiográfico intra-operatório. A RDS lombar promoveu relaxamento muscular nos membros inferiores, com melhora significativa de funções motoras grossas em crianças com PC espástica grave. Acredita-se que estudos prospectivos com acompanhamento de longo prazo, realizados em um maior número de pacientes, serão úteis para dimensionar o impacto da RDS lombar em crianças com PC espástica grave.
AbstractA large number of scientific publications advocate the use of selective dorsal rhizotomy (SDR) to treat spasticity in children with cerebral palsy (CP). However, there are divergent opinions on many aspects of this treatment, such as: its use in children with severe CP; the adoption of a surgical technique with extensive laminectomy or with surgical access to the medullary cone; and the utility of intraoperative electromyographic study to identify the spinal roots. In this work, we discuss the neurophysiological parameters that we adopted to identify the spinal roots exposed in the cauda equina of 59 children with severe CP submitted to lumbar SDR with surgical access to the medullary cone, and we present the functional results achieved with the surgery. In the period of 5 years, 97 children diagnosed with CP were submitted to lumbar SDR. Of these, 59 children with severe CP, aged between 3 and 9 years, submitted to lumbar SDR with surgical access to the medullary cone, and with the aid of intraoperative electromyographic study, were included for study. The patients were followed up by a multidisciplinary team and underwent intensive physical rehabilitation after surgery. Functional results were measured using the modified Ashworth and GMFM-88 scales 10 months after surgery. We observed that the neurophysiological parameters related to the stimulation intensity of the spinal root, whether ventral or dorsal, are able to differentiate ventral, or motor, roots from dorsal or sensitive roots, without discriminatory capacity on the segmental level of each spinal root; while the latency time of the dorsal root, or sensitive, showed specific values only for some dorsal roots of some age groups. Thus, we prefered to use several neurophysiological parameters in association, to increase our confidence in the stage of identification of spinal roots of the intraoperative electromyographic study. In the functional evaluation, we observed that the muscle relaxation documented in the lower limbs by the modified Ashworth scale, resulted in significant functional improvement in dimensions A and B of the GMFM-88 scale, which are associated with the thick motor functions of the trunk, such as: lying down, rolling and to sit. The association of neurophysiological parameters allowed the safe identification of spinal roots during the intraoperative electromyographic study. Lumbar SDR promoted muscle relaxation in the lower limbs, with significant improvement in gross motor functions in children with severe spastic CP. We believe that prospective studies with long-term follow-up, performed in a larger number of patients, will be useful to measure the impact of lumbar SDR in children with severe spastic CP.
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