Corpo Discente - Egressos

Francisco José Alencar
TítuloRIZOTOMIA DORSAL SELETIVA CERVICAL COMO TRATAMENTO INOVADOR DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL NÍVEL V DE GMFCS (Gross Motor Function Classification System) E ESPASTICIDADE NOS MEMBROS SUPERIORES
Data da Defesa01/12/2020
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ExaminadorInstituiçãoAprovadoTipo
Prof.ª Dr.ª Sandra Marina Gonçalves BezerraUniversidade Estadual do PiauíSimTitular
Prof. Dr. Antônio Luiz Martins Maia FilhoUniversidade Estadual do PiauíSimPresidente
Prof. Dr. Leonardo Halley Carvalho PimentelUniversidade Estadual do PiauíSimTitular
Prof. Dr. Reginaldo da Silva SantosUniversidade Estadual do PiauíSimSuplente
Palavras-ChavesParalisia Cerebral. Espasticidade. Rizotomia Dorsal Seletiva Cervical. Estudo Eletromiográfico Intraoperatório.
ResumoIntrodução: Raramente tem sido investigado o uso da rizotomia dorsal seletiva (RDS) cervical para tratamento de crianças com paralisia cerebral (PC) e espasticidade dos membros superiores. Os estudos encontrados divergiram em relação a muitos aspectos desse tratamento, como: os critérios de inclusão de pacientes, os percentuais de secção das raízes espinhais dorsais, o uso de estudo eletromiográfico intraoperatório e o tempo pós-operatório para avaliação dos resultados clínicos. Objetivos: Avaliar a eficácia terapêutica da RDS cervical para tratamento de crianças com espasticidade dos membros superiores relacionada a PC grave e analisar a estabilidade estrutural da coluna cervical após 6 meses da cirurgia. Metodologia: A amostra foi composta por 8 crianças com PC, GMFCS nível V, 6 meninos e 2 meninas, com média de idade de 6,2 ± 2,2 anos. A RDS cervical foi realizada através de laminotomia unilateral seguida de laminoplastia das vértebras C5, C6, C7 e T1, para secção das respectivas raízes dorsais, com auxílio de estudo eletromiográfico intraoperatório e avaliação comportamental da resposta muscular. A partir do sexto mês pós-operatório os pacientes foram submetidos a avaliação funcional por equipe multidisciplinar através de escalas clínicas padronizadas (Ashworth modificado, GMFM–88 e PMAL) nos momentos pré e pós-operatório; e realizou-se tomografia computadorizada para avaliação da integridade anatômica da coluna cervical. Resultados e Discussão: Ocorreu relaxamento muscular mantido nos membros superiores e ganhos funcionais, com redução dos valores da escala de Ashworth modificada, em melhoras nos valores da GMFM-88 e PMAL. Utilizando técnica cirúrgica conservadora para RDS cervical, com o auxílio de estudo eletromiográfico intraoperatório e avaliação comportamental da resposta muscular, realizou-se um elevado percentual de secção das raízes dorsais, obtendo melhora funcional significativa sem observar ocorrência de efeitos adversos. Observou-se algumas limitações neste estudo, como: pequena amostra de pacientes, curto intervalo de avaliação pós-operatória, principalmente na definição de estabilidade da coluna, e necessidade de instrumentos de avaliação da qualidade de vida. No entanto, este é o primeiro estudo com avaliação mais ampla sobre o uso da RDS cervical para tratamento de crianças com PC grave com espasticidade nos membros superiores. A cirurgia promoveu relaxamento muscular nos membros superiores, com melhora significativa da função motora grossa e movimentos manuais em crianças com PC espástica grave. Conclusão: A RDS cervical realizada com técnica de laminotomia unilateral associada à laminoplastia das vértebras C5, C6, C7 e T1, produz relaxamento muscular dos membros superiores, além de ganho funcional, sem gerar instabilidade da coluna cervical na avaliação de até seis meses pós-operatórios.
AbstractIntroduction: The use of selective cervical dorsal rhizotomy (RDS) to treat children with cerebral palsy (CP) and spasticity of the upper limbs has rarely been investigated. The studies found differed in relation to many aspects of this treatment, such as: the inclusion criteria of patients, the percentage of dorsal spinal roots, the use of intraoperative electromyographic study and the postoperative time to evaluate clinical results. Objectives: To evaluate the therapeutic effectiveness of cervical SDR for the treatment of children with upper limb spasticity related to severe CP and to analyze the structural stability of the cervical spine 6 months after surgery. Methodology: The sample consisted of 8 children with CP, GMFCS level V, 6 boys and 2 girls, with a mean age of 6.2 ± 2.2 years. Cervical RDS was performed through unilateral laminotomy followed by laminoplasty of the C5, C6, C7 and T1 vertebrae, for section of the respective dorsal roots, with the aid of intraoperative electromyographic study and behavioral assessment of the muscle response. From the sixth postoperative month on, patients underwent functional evaluation by a multidisciplinary team using standardized clinical scales (modified Ashworth, GMFM – 88 and PMAL) in the pre and postoperative moments; and performed an image exam (computed tomography) to assess the anatomical integrity of the cervical spine. Results and Discussion: There was muscle relaxation maintained in the upper limbs and functional gains, with a reduction in the values of the modified Ashworth scale, in improvements in the values of GMFM-88 and PMAL. Using conservative surgical technique for cervical SDR, with the aid of intraoperative electromyographic study and behavioral assessment of the muscle response, a high percentage of dorsal root section was performed, obtaining significant functional improvement without observing the occurrence of adverse effects. Some limitations were observed in this study, such as: small sample of patients, short interval of postoperative evaluation and need for quality of life assessment instruments. However, we understand that this is the first study with a broader assessment of the use of cervical SDR to treat children with severe CP with spasticity in the upper limbs. The surgery promoted muscle relaxation in the upper limbs, with significant improvement in gross motor function and manual movements in children with severe spastic CP. Conclusion: Unilateral laminotomy technique associated with laminoplasty of the C5, C6, C7 and T1 vertebrae, produces muscle relaxation of the upper limbs, in addition to functional gain, without generating instability of the cervical spine in the evaluation of up to six postoperative months.
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