A terra prometida.

Por Rômulo Vieira

Nos três mais recentes anos, muito tem se falado em ciência. Realmente é impressionante como ela tem sido tão propalada pelos mais diversos “especialistas”. Muitos desses “especialistas” falam apenas com um viés ideológico, sem fundamentação, apenas com o objetivo, como se diz tradicionalmente, de aparecer. Os conhecimentos básicos de ciência passam distantes desses anunciadores científicos.
Felizmente para o bem da humanidade, aqueles, verdadeiramente, cientistas também nos trazem informações dignas de notas. Comunicando os avanços científicos, seguindo os princípios fundamentais da ciência. Deixando-nos, pelo menos, o direito de considerar o que é importante, significativo e que caminho seguir.
Contudo um questionamento nos é evidenciado: Por que será que a ciência recentemente tem sido tão propalada? Até mesmo justificando-se tantos investimentos, chegando-se, finalmente, a se respeitar os cientistas que tem colaborado efetivamente com o desenvolvimento e com a saúde humana.
Parece-nos que uma das respostas ao questionamento mencionado foi o medo do flagelo coletivo, causado pela terrível pandemia, que tivera início no ano de 2019, culminando com a morte de milhões de pessoas, devido ao quase total desconhecimento sobre aquela doença pandêmica. Certamente pelo caráter agudo, severamente agressivo, daquela doença, que conduzia, inicialmente, a inevitável morte, despertou-se o interesse e o reconhecimento da ciência, bem como dos verdadeiros cientistas.
Lembramos na oportunidade outro grande problema da humanidade em todo mundo, especialmente dos nossos irmãos das regiões menos favorecidas economicamente, como os nossos irmãos do Nordeste: a fome.
Sim caríssimos, irmãos morrem nessas regiões, milhões e milhões de cidadãos, que, infelizmente, não são considerados como se fossem. Esses irmãos estão morrendo pela fome, que embora não se apresente como de forma aguda, é vergonhosamente, também um flagelo humanitário, apesar de se manifestar cronicamente. A fome, mesmo crônica, é dolorida e mata. Irmãos tem sido deixados à míngua, por falta de responsabilidade, sensibilidade e de respeito daqueles que poderiam mitigar esse transtorno humanitário.
Por que não se considera e se respeita os cientistas que abordam e que apresentam propostas para se minimizar a fome? Será que é para se manter a situação e assim se ter a garantia de votos, a cada período eleitoral? É mais fácil, mas lucrativo e mais rápido doar um sanduiche de pão com mortadela, a uma pessoa que passa fome, às vésperas de cada eleição, do que implementar um projeto que realmente possa tirar as pessoas famintas dessa humilhante situação.
Já cantava o nosso grande poeta nordestino Luiz Gonzaga: “Mas doutor, uma esmola a um homem que é são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”. Então por que manter essa exploração, satânica, no nosso querido Nordeste?
Os relatos bíblicos nos contam que Canaã fora a terra que o Senhor havia prometido ao seu povo escolhido, desde quando chamou Abraão e lhe disse que fosse em busca dessa “Terra Prometida”. Essa terra era diferente das terras próximas, porque era farta, produzia frutas, uvas, mel entre outros alimentos. Essas características de Canaã fizeram com que ela fosse reconhecida como “terra que mana leite e mel”.
Vejamos, se pudéssemos vislumbrar os descendentes de Abraão, percorrendo por mais alguns anos o seu caminho, não teriam chegado ao nosso Brasil, e talvez, ao nosso querido Nordeste?
Se lembrarmos da carta de Pero Vaz de Caminha ao rei Dom Manuel, quando do descobrimento do Brasil: “Nesta terra, em sem plantando, tudo dá”, certamente podemos imaginar que aqui poderia ser a terra prometida.
Por que então nesse país, ao invés de valorizar aquela carta de Pedro Vaz, a persistência é pelos degredados? Por que não saímos da exploração humana, que ocorre desde quando se explorava os nativos dessa terra santa? Por que não valorizarmos as opções que nos são apresentadas pelos cientistas atuais, para evoluirmos como seres humanos, não permitindo a fome em nosso meio, matando tantos irmãos?
Muitas pesquisas já foram produzidas por vários cientistas, apresentando soluções das mais diversas para se melhorar o bem-estar, a qualidade de vida, a saúde e assim renovando a esperança e dando dignidade aquele que sofre com a fome. Pesquisas e orientações não faltam, as universidades, a EMBRAPA, institutos de pesquisa publicam continuamente propostas de soluções, particularmente para o Nordeste.
Na oportunidade gostaria de lembrar mais uma citação bíblica: João1,23. “Eu sou a voz do que clama no deserto: Fazei um caminho reto para o Senhor, como disse o profeta Isaías”. Por que essa citação? É que, no contexto, lembrei de um cientista que, como João Batista, parece que também prega no deserto, esse deserto aqui, é aquele da falta da boa vontade, daqueles que deveriam ouvi-lo e assim incrementar o desenvolvimento socioeconômico do homem do campo.
Estou me referindo ao cientista Prof. Dr. José Ferreira Nunes que há anos vem bradando no deserto dos governantes, empresários, políticos e outras castas, para oportunizarem a nossa terra prometida, o Nordeste, desde quando fora admitido pela EMBRAPA em Sobral- Ce, onde foi o primeiro pesquisador daquela instituição e iniciara sua luta para o desenvolvimento da caprinocultura leiteira, objetivando aniquilar a fome proteica no Nordeste e que, infelizmente, até hoje assola a nossa região.
Prof. Nunes, tem dirigido seus trabalhos, desde quando embrapiano à pesquisa e à formação de recursos humanos para o desenvolvimento regional. Contribuiu significantemente formando graduados, mestres e doutores e pós doutores de todo o país e até do exterior. Foi responsável pelo primeiro curso de mestrado bem como do primeiro curso de doutorado na Universidade Estadual do Ceará. Ambos originados de um curso de especialização na mesma instituição, pelo seu desvelo, fé e grande capacidade de criar.
Por sua determinação e por acreditar sempre no Nordeste, foi o primeiro coordenador da Rede Nordeste de Biotecnologia -RENORBIO, curso que passou a formar doutores nas mais diversas áreas da biotecnologia, posteriormente foi um dos criadores e também coordenou o Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde Humana e Animal, curso que viera mais uma vez renovar e ampliar a ciência biotecnológica na região, pois referido curso é integrado por várias instituições científicas e empresariais.
O cientista Prof. Dr. Nunes, tem sido um farol na região Nordeste, iluminando muitos dos seus orientados, colegas seguidores e aqueles que não aceitam a escuridão como destino. Assim ao longo de sua vida tem apresentados inúmeros projetos biotecnológicos, projetos dos mais significantes, que certamente contribuiriam para o desenvolvimento do homem, promovendo assim melhores condições de vida para o nosso povo.
Certamente não haveria espaço para descrever toda a contribuição científica desse notável professor, mas acredito que, ao menos, temos a obrigação de destacar a sua importância para a inseminação artificial nos caprinos e ovinos do país. Chegando a produzir o meio revolucionário para diluição do sêmen a base de água de coco. Essa tecnologia foi sem dúvida um marco na caprinocultura especialmente, mas também na ovinocultura.
Recentemente a sua equipe científica desenvolveu o produto ACPLACT, à base de água de coco e leite caprino, produto rico em uma coenzima a Q10, riquíssima em mitocôndrias que é a fábrica de energia da célula. Ouçamos, pensemos, no grito desse profeta da caprinocultura, quão relevante será esse produto para a saúde humana, especialmente para os dois extremos da vida: a criança e o idoso. A oportunidade está lançada, o produto está disponível, é preciso só a mudança de mentalidade dos que não querem que o Nordeste progrida. Nós podemos ser referência para o mundo.
Certamente alguns dizem: “Nunes é um sonhador”. Aqui precisamos mencionar outro poeta o nosso Raulzito: “ Sonho que se sonha só, é só um sonho, mas sonho que se sonha junto, é realidade”. É preciso que se acredite em sonhos que podem mudar nossa realidade. Os sonhos do Prof. Nunes, já foram comprovados ao longo de sua trajetória. Quantas invenções/inovações ele tem ofertado à sociedade, é preciso que aqueles descrentes, como fora São Tomé, passem a acreditar sob as evidências.
Voltando-se novamente aos ensinamentos bíblicos, parece-nos que a falta de apoio que o Prof. Nunes sentira para empreender suas ideias e produtos estão fundamentadas na incompreensão que no fora dito por Mateus 25:32-33: “ Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes. E colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda”. Como se os caprinos fossem malditos. É preciso que esses cheios de dúvida leiam toda a citação de Mateus 25 de 31-41. Os malditos não são os coitados dos caprinos. Malditos são os que não viram aqueles que tem fome, tem sede, são estrangeiros, estão nus, estão doentes, estão presos. Certamente a citação de Mateus continua até os dias de hoje, porque muito são os necessitados, que não estão sendo acolhidos, como Jesus mencionou.
Talvez possamos acreditar que a falta de apoio, o respeito, a consideração as iniciativas do Prof. Nunes, estejam respaldadas por sentimentos de quem é atingido pela pobreza de espírito, pela inveja, pelo simples fato de querer discordar, para não ver o sucesso prevalecer. É lamentável, mas talvez essas sejam verdades, que prejudicam o desenvolvimento regional.
Felizmente, recentemente o município de Jaguaretama, no Ceará, decidiu ouvir o prof. Nunes e encontrava-se em franco desenvolvimento, implementando um projeto, que poderia ser difundido em todo o Nordeste. Jaguaretama já foi denominado de Riacho do Sangue, Riachuelo e Frade.
Por que Jaguaretama resolveu empreender na caprinocultura? Quem sabe a origem do seu próprio nome que significa Yaguar = onça e retama = a terra natal, consolidando-se como a região da onça, animal destemido e audacioso. Será?
Podemos também pensar que a decisão do município seja uma proteção do “médico dos pobres” o renomado Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, um dos expoentes da Doutrina Espírita: Bezerra de Menezes, que fora, em vida, médico, escritor, jornalista, político, filantropo, portanto conhecedor das necessidades humanas e, ainda hoje, zela pelo seu povo. Quem sabe?
O certo é que Jaguaretama poderá ser uma referência para todo o Nordeste, utilizando a caprinocultura leiteira, proposta pelo grande cientista Prof. Nunes, como solução para mitigar a fome no Nordeste, acabando com o flagelo humano que assola a região. Desde que aqueles malditos mencionados em Mateus não atrapalhem. E que o Nordeste possa se consolidar como: A terra prometida!
Data: 21/06/2022
Instituições Participantes
Atendimento Via Whatsapp
FORTALEZA
08 às 12 hrs e 13 às 17 hrs (85) 3101-9854